quinta-feira, 5 de maio de 2011

Hiperrealismo na escultura: Ron Mueck


Absurdamente real e puramente imperfeitas são as esculturas de Ron Mueck. Por mostrar as falhas e feísmos do corpo humano nos mínimos detalhes, Mueck atinge uma dose impressionante de realismo. Dá vontade de tocar de tão real. Ron faz hiperrealismo na escultura, assim como a Monja Isabel (vide outros posts) fez na pintura.

Mueck nasceu na Austrália e, em 1983, foi pra Londres. Lá, acabou entrando na publicidade como criador de manequins. Tempos depois, recebeu da pintora portuguesa Paula Rego a encomenda de fabricar um manequim de Pinóquio para um dos seus trabalhos. De tão perfeito e impressionante, a pintora resolveu guardá-lo em seu ateliê para, em um dia de sorte, o colecionador de arte Charles Saatchi encontrá-lo e, impressionado, lançá-lo no mundo da arte.

São trabalhos impressionantes e inquietantes: uma escultura de um metro do seu pai morto, um rosto masculino com barba mal-feita e os lábios quase vivos de tão corados, um garoto magro em postura de submissão, uma senhora velha com ares cansados e rugas profundas, um bebê recém-nascido, ainda em sangue, com a pele dobrada. Etc etc. Sentimentos e tipos típicos da realidade, mas extremamente assustadores por seres alcançados através de uma matéria morta.







O que é hiperrealidade? É a realidade aperfeiçoada, a perda da capacidade de distinguir realidade e fantasia, de forma tão profunda, que, em processo simbiótico, as duas se irmanam e tornam-se um, o hiperreal.

Para captar a essência dos trabalhos de Ron Mueck, só ao vivo. Por fotografia, uma escultura pode ser várias esculturas, devido às diferenças de ângulo que nos impõe diferentes sentimentos. Tipo aqui: